POR DAVID RIBEIRO
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Morre aos 75 anos, nesta terça-feira (9), a cantora paulista Rita Lee, considerada por muitos a rainha do rock no Brasil e também uma das mais completas e icônicas vozes da música nacional.
A artista, que havia se curado de um câncer no pulmão em abril de 2022, foi internada ás pressas em um hospital de São Paulo no mês passado, tendo um quadro clínico considerado “extremamente delicado”, de acordo com o boletim médico.
Rita Lee Jones de Carvalho nasceu em São Paulo, no dia 31 de dezembro de 1947, em uma família de descendentes de norte-americanos, que migraram do sul dos Estados Unidos para o interior paulista após a Guerra de Secessão no século XIX. A cantora também tinha descendência italiana.
INÍCIO DA CARREIRA
O sucesso de Rita começou em 1966, quando ela foi convidada a integrar a banda de rock psicodélico Os Mutantes. No grupo, além de cantar, ela também tocava flauta, percussão e banjo. Logo, os garotos paulistanos faziam sucesso na televisão, com participações no programa Jovem Guarda, comandado pelo então rockeiro Roberto Carlos.
Após o rompimento do seu relacionamento com Arnaldo Baptista, Rita Lee acabou expulsa do grupo em 1972 e criou, junto à sua amiga Lúcia Turnbull, a banda Tutti-Frutti, com a qual ela teve grande sucesso. Na nova formação, a cantora lançou canções que ficaram imortalizadas em sua voz, como “Agora só Falta Você”, “Esse tal de Roque Enrow”, “Ovelha Negra” e “Jardins da Babilônia”.
O DIVISOR DE ÁGUAS
A relação de Rita com a Tutti-Frutti, entretanto, acabou em 1978, após um desentendimento dela com o guitarrista Luís Sérgio Carlini, que ficou com a propriedade do nome da banda. Ao lado de seu novo companheiro, o multi-instrumentista Roberto de Carvalho, ela iniciou uma nova fase da carreira, formando a dupla que não se separou até os últimos dias de sua vida.
Com Carvalho, Rita lançou outros grandes sucessos de sua carreira: “Mania de Você”, “Lança Perfume”, “Saúde”, “Desculpa o Auê”, “Erva Venenosa”, “Amor e Sexo”, entre diversas músicas que ficaram imortalizadas no imaginário popular brasileiro.
POLÊMICA EM SERGIPE E FIM DA CARREIRA
Rita Lee decidiu encerrar sua carreira musical em janeiro de 2012, após ter reclamado da ação de policiais durante um show dela em Aracaju-SE e ter sido conduzida à delegacia por desacato à autoridade.
Em fevereiro do mesmo ano, ela lançou a música “Reza”, que se tornou a mais ouvida do país durante um tempo.
A cantora chegou a fazer mais alguns shows isolados após o anúncio do término da carreira, mas como exceção. Em 2016, escreveu e publicou sua autobiografia, que lhe rendeu alguns prêmios literários.
Em 2021, lançou a música “Change” e fez participação em “Amarelo, Azul e Branco”, do duo Anavitória.
Os últimos anos de vida de Rita Lee foram vividos ao lado do marido, Roberto de Carvalho, isolada em um sítio em São Paulo. Ela deixa o companheiro e mais três filhos.
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